A morte é um dia que vale a pena viver
- Mente mais calma
- 24 de mar. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de mar. de 2020
"A morte é um dia que vale a pena viver". Somente pelo título, somos presos pela curiosidade do assunto que este livro levanta. Como assim, um livro popular nas livrarias irá falar sobre a morte? Pois é. E não só fala, como fala muito bem!

Créditos pelas fotos: @gabrielaer
A autora, Ana Cláudia Quintana Arantes, é uma destas poucas pessoas que possuem um respeitável currículo acadêmico em Medicina, então, é autoridade o suficiente para questionar a área em todas as suas limitações. Seus questionamentos viraram este livro, sobretudo no que tange à forma como a Medicina ocidental encara a morte. Como psicóloga, tive muitas experiências práticas que realmente demonstravam o despreparo da maioria dos médicos em lidar com a terminalidade de seus pacientes, utilizando o mecanismo da racionalização como constante mecanismo de defesa. Este, inclusive, é um dos mecanismos de defesa que torna a pessoa um zumbi existencial, muitíssimo bem definido pela autora. "Muita gente não está viva de fato, mesmo com o corpo funcionando bem. É uma coisa terrível. Gente que enterrou suas dimensões emocional, familiar, social e espiritual. Gente que não sabe se relacionar, que tem dificuldade de viver bem sem culpas nem medos". A definição de zumbi existencial continua, mas, somente por este trecho, nota-se que a autora é direta e certeira em sua colocação crítica, uma médica que valoriza muito mais o sentido da vida que o funcionamento do próprio objeto de estudo (o corpo) de sua área de graduação. A leitura do livro apresenta também alguns conceitos instigantes. Ana Cláudia buscou, na Medicina Chinesa, uma explicação que a cultura ocidental não consegue fazer em relação a todo o processo de morte. A explicação pela dissolução dos elementos no corpo humano como a morte que já se inicia gradualmente foi uma das questões que mais me interessou durante a leitura. Agora, é óbvio para mim. Como não pensei nisso antes? A autora também cita outro livro maravilhoso, "Antes de partir" de Bronnie Ware, para nos lembrar os principais motivos de arrependimentos de pacientes antes de morrer. São motivos simples, porém valiosos e, muitas vezes, menosprezados durante toda a vida. Por fim, vale ressaltar que um livro sobre a morte é um convite para a vida. Tocar nesse assunto é realmente incômodo, mas nos coloca em alerta para a necessidade urgente de mudarmos o nosso presente a fim de viver melhor. Afinal, não levaremos nada dessa vida, só a vida que levamos.
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Tenha uma mente mais calma!
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